Golfinho-roaz
Nome científico: Tursiops truncatus (Montagu, 1821).
Nome comum: Golfinho-roaz.
Classificação: Odontoceti, família Delphinidae.
Características: Medem até 4 m e pesam até 650kg, são maioritariamente cinzentos e robustos, e com bico curto e grosso. Ecótipos em alto mar são geralmente maiores e têm coloração mais escura em comparação com subpopulações costeiras.
Distribuição e habitat: Mundialmente distribuída por águas tropicais e temperadas. É principalmente uma espécie costeira, mas também pode ser encontrada em águas da plataforma continental e em alto mar. Esta espécie é residente em Sagres, podendo ser encontrada ao longo de todo o ano.
Grupo: Normalmente vistos em grupos com menos de 15 indivíduos. No entanto podem ser encontrados em grupos maiores com centenas de indivíduos. A composição e dinâmica do grupo é relativamente fluída, mas geralmente segregada por género, idade, vínculo familiar e condição de reprodução.
Esperança média de vida: Entre 20 a 50 anos.
Período de gestação: c. 12 meses. Crias nascem com c. 1/3 do tamanho de um adulto e atingem a maturidade entre os 5-15 anos. Os nascimentos ocorrem de Maio a Setembro. Os juvenis são desmamados após 18-20 meses.
Dieta: Grande variedade de cardumes de peixe, cefalópodes e crustáceos. Caçam frequentemente em cooperação para reunir as presas. Em Portugal, tendem a alimentar-se atrás de navios de arraste, tentando, muitas vezes, tirar as presas das redes de pesca. Podem mergulhar até 500m e suster a respiração até 12min.
Comportamento típico: Não tão social com os barcos como o golfinho-comum, principalmente quando se estão a alimentar, pois costumam realizar mergulhos mais profundos à procura de presas no fundo do mar. Por vezes interagem com o barco, nadam frequentemente junto à proa do barco e podem fazer uma variedade de saltos acrobáticos, que podem atingir os 6m por cima da superfície da água.
População: Mínimo de 750 000 mundialmente (baseado em dados disponíveis). Tendência desconhecida.
Ameaças: Sofrem de degradação do habitat, esgotamento de presas, poluição, perturbação do turismo, e de capturas acidentais que, muitas das vezes, levam à morte. É a espécie mais caçada com a finalidade de ser mantida em cativeiro. Os principais países que contribuem para isso são Japão, Rússia e Estados Unidos.
Estado de Conservação IUCN: Pouco preocupante para a maioria das populações a nível mundial (2018), incluindo a população de Portugal (2023). A sub-população do Mar Mediterrâneo está Vulnerável (2009).
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