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Baleia-comum

a scientific drawing of a fin whale

Nome científico: Balaenoptera physalus (Linnaeus, 1758).

Nome comum: Baleia-comum.

Classificação: Mysticeti, família Balaenopteridae.

Características: É o segundo animal mais comprido do planeta, a seguir à baleia azul, pode medir até 27 m e pesar até 120 t. Tem um corpo comprido e alongado, uma cabeça pontiaguda e uma barbatana dorsal proeminente e “varrida” para trás. A parte superior do corpo é cinzenta escura, frequentemente com divisas claras no dorso e na zona do flanco atrás dos espiráculos; a parte inferior é branca; o maxilar inferior esquerdo é escuro e o direito é branco.

Distribuição e habitat: Distribuição cosmopolita, presente em ambos os hemisférios desde águas tropicais a águas subpolares, estando ausente no equador. Em Portugal ocorrem principalmente em águas entre os 200 e os 3000 m de profundidade, fora do talude continental. No Atlântico Nordeste parece preferir águas entre os 16 e os 19ºC com profundidades entre os 1000 e os 3500m. Apresenta padrões migratórios complexos, com alguns indivíduos a permanecerem em altas latitudes durante o inverno e os que migram para Sul parecem alimentar-se durante o percurso.

Grupo: Animais principalmente solitários, muitas vezes em pequenos grupos de 2-7; podem ocorrer agregações soltas de várias dezenas em áreas altamente produtivas. A composição dos grupos tende a ser dinâmica.

Esperança média de vida: 75 a 100 anos (máximo 135).

Período de gestação: c. 11-12 meses. As crias nascem com cerca de 6 m de comprimento e 3500 kg. As fêmeas atingem a maturidade aos 6-10 anos e os machos aos 8-12 anos. O acasalamento ocorre em outubro-dezembro e as crias nascem no inverno seguinte em águas mais quentes. Os juvenis são desmamados ao fim de 6-7 meses.

Dieta: Oportunista, dependendo da localidade, estação do ano e disponibilidade. No hemisfério norte, alimenta-se principalmente de krill, copépodes, cardumes de peixes e pequenas lulas. Alimenta-se intensamente no verão, consumindo muito menos no inverno, através de um processo de filtração da água. Podem mergulhar até cerca de 500 m e suster a respiração até 25 minutos.

Comportamento típico: Nadadores rápida, capaz de atingir 37km/h em acelerações curtas. Raramente saltam fora de água. Normalmente, não evitam as embarcações nem se aproximam delas, mas podem ser bastante abordáveis e, por vezes, são curiosas. Mergulham geralmente durante 3-10 minutos, raramente mostrando a barbatana caudal. Sopro muito alto, colunar, pode atingir até 10 m de altura, é bem visível.

População: Mínimo c. 150 000 indivíduos em todo o mundo. Em Portugal, até às 50nm, as estimativas de abundância no final do verão foram de 627 indivíduos entre 2010 e 2015. A tendência populacional está a aumentar.

Ameaças: As colisões com embarcações são uma das ameaças mais reportadas; a captura acidental em artes de pesca também ocorre, mas é rara. A poluição sonora foi identificada como uma ameaça potencial, embora o seu efeito nas populações seja desconhecido. O aumento do tráfego marítimo pode alterar o comportamento acústico da baleia e reduzir a distância a que as vocalizações são detetadas, afetando assim o sucesso reprodutivo.

Estado de conservação IUCN: Vulnerável para toda a espécie a nível mundial (2018), incluindo Portugal (2023) e a subpopulação mediterrânica (2021)..

Carwardine, M. (2022). Whales, Dolphins and Porpoises. Bloomsbury Wildlife. London, United kingdom.

Ferreira, M., Eira, C., López, A., & Sequeira, M. (2023). Balaenoptera physalus baleia-comum. In Mathias, M. L. (coord.), Fonseca, C., Rodrigues, L., Grilo, C., Lopes-Fernandes, M., Palmeirim, J. M., Santos-Reis, M., Alves, P. C., Cabral, J. A., Ferreira, M., Mira, A., Eira, C., Negrões, N., Paupério, J., Pita, R., Rainho, A., Rosalino, L. M., Tapisso, J. T., & Vingada, J. (eds.): Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental. Fciências.ID, ICNF, Lisboa.

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