Baleia-anã
Nome científico: Balaenoptera acutorostrata (Lacépède, 1804).
Nome comum: Baleia-anã.
Classificação: Mysticeti, família Balaenopteridae.
Características: Medem até 10 m e pesam até 9.2 t, com corpo alongado, cabeça pontiaguda e a barbatana dorsal alta e curvada. A parte superior do corpo é cinzento-escura, com um padrão mais suave e claro nos flancos, que se torna branco no ventre e na parte inferior das barbatanas. Distingue-se das outras espécies pela banda branca diagonal na parte superior das barbatanas.
Distribuição e habitat: Distribuição cosmopolita, presente no Hemisfério Norte desde as águas tropicais até às águas polares. Preferem zonas ao longo do talude continental, mas também podem ocorrer em águas mais profundas. É uma espécie residente em Portugal, encontrando-se durante todo o ano em Sagres.
Grupo: São sobretudo animais solitários, por vezes aos pares ou aos trios, mas podem ser observados grupos maiores em boas zonas de alimentação. A composição dos grupos é complexa, com indícios de alguma segregação por idade, sexo e/ou classe reprodutora.
Esperança média de vida: Até 50 anos.
Período de gestação: c. 11 meses. As crias nascem com cerca de 2-5m de comprimento e atingem a maturidade aos 6-8 anos. Os nascimentos ocorrem de dezembro a março. Os juvenis são desmamados ao fim de 6 meses.
Dieta: Grande variedade de peixes de cardume e krill. Em Portugal alimenta-se principalmente de pequenos peixes pelágicos como o carapau e a sardinha. Alimenta-se através de um processo de filtração da água. Podem mergulhar até c. 400 m e suster a respiração até 20 min.
Comportamento típico: Nadadores rápidos, capaz de atingir 40 km/h em rajadas curtas. Podem ser esquivos quando se alimentam, uma vez que passam pouco tempo à superfície, mas também podem ser curiosos e aproximar-se ocasionalmente das embarcações. Por vezes, fazem “spy-hop” e saltam, especialmente em condições meteorológicas adversas. Normalmente, mergulham durante 3 a 10 minutos, arqueando o dorso e o pedúnculo caudal bastante alto, sem mostrar a barbatana caudal. O sopro é muito difuso e não é bem visível.
População: Mínimo de c. 200 000 indivíduos maturos em todo o mundo. Em Portugal, até 50nm, as estimativas de abundância no final do verão foram de 1406 indivíduos entre 2010 e 2015. A tendência da população é estável.
Ameaças: Frequentemente envolvida em acidentes com atividades de pesca, registando-se capturas acidentais. As colisões com embarcações e o ruído antropogénico são também fatores de ameaça.
Estado de conservação IUCN: Pouco preocupante para o conjunto das populações a nível mundial (2018). Em Portugal está Vulnerável (2023).
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