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Boto

Nome científico: Phocoena phocoena (Linnaeus, 1758)

Nome comum: Boto

Classificação: Odontoceti, família Phocoenidae

Características: Medem até 2 m de comprimento e pesam até 70 kg, são robustos e têm uma cabeça arredondada. São facilmente distinguíveis pela sua barbatana dorsal triangular e coloração acastanhada.

Distribuição e habitat: São encontrados em águas temperadas a subpolares frias do Hemisfério Norte. Geralmente encontrados em águas da plataforma continental (até 200 m de profundidade), apesar de se deslocarem ocasionalmente para águas de alto mar mais profundas. Podem entrar em portos, estuários e grandes rios. Esta espécie é residente em Sagres, podendo ser encontrada ao longo de todo o ano.

Grupo: Normalmente vistos em pequenos grupos de menos de 8 indivíduos, com alguns registos de grupos com algumas centenas de animais. A composição do grupo é relativamente fluída, mas geralmente segregada por género, idade e condição de reprodução.

Esperança média de vida: Entre 10 a 20 anos.

Período de gestação: c. 10 – 11 meses. Os juvenis atingem a maturidade aos 3 – 5 anos. Os nascimentos ocorrem de Maio a Setembro. Os juvenis são desmamados após 7-10 meses.

Dieta: Dependendo da região, alimentam-se oportunisticamente de cardumes de peixe, cefalópodes e pequenos crustáceos. Geralmente alimentam-se perto do fundo marinho. Podem mergulhar até 220 m e suster a respiração até 12 min.

Comportamento típico: São muito “tímidos”, tentam quase sempre evitar os barcos. Geralmente apenas se vê a barbatana dorsal triangular a cortar a superfície da água.

População: Cerca de 1 milhão mundialmente (baseado em dados disponíveis). Tendência desconhecida.

Ameaças: Sofrem de degradação de habitat, esgotamento de presas, poluição e de capturas acidentais que, muitas das vezes, levam à morte. É a segunda espécie com o maior registo de arrojamentos na costa Portuguesa (depois do golfinho-comum).

Estado de conservação IUCN: Criticamente em perigo para a maioria das populações a nível mundial (2023) e algumas subpopulações europeias, incluindo a portuguesa (2023), que diminuiu drasticamente em diversidade genética em apenas 25 anos, indicando assim um alto risco de extinção.


Carwardine, M. (2022). Whales, Dolphins and Porpoises. Bloomsbury Wildlife. London, United Kingdom.

Ferreira, M., Eira, C., López, A., & Sequeira, M. (2023). Phocoena phocoena boto. In Mathias, M. L. (coord.), Fonseca, C., Rodrigues, L., Grilo, C., Lopes-Fernandes, M., Palmeirim, J. M., Santos-Reis, M., Alves, P. C., Cabral, J. A., Ferreira, M., Mira, A., Eira, C., Negrões, N., Paupério, J., Pita, R., Rainho, A., Rosalino, L. M., Tapisso, J. T., & Vingada, J. (eds.): Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental. Fciências.ID, ICNF, Lisboa.

Shirihai, H. (2006). Whales, Dolphins and Seals: A Field Guide to the Marine Mammals of the World. Bloomsbury Wildlife. London, United Kingdom.

Still, R., Harrop, H., Stenton, T., & Dias, L. (2019). Europe’s Sea Mammals Including the Azores, Madeira, the Canary Islands and Cape Verde: A field guide to the whales, dolphins, porpoises and seals. Princeton University Press.